Qual é a orientação atual em relação à vacina BCG para os contactantes de hanseníase que já possuem cicatriz vacinal?

A confirmação da vacinação anterior deve ser conferida por meio do cartão de vacinas ou da presença da cicatriz vacinal. 1 Os contatos de hanseníase que sejam considerados prolongados, e que estão sadios, ou seja, sem sinais e sintomas da doença, devem realizar vacinação de forma seletiva. Os menores de 01 ano que apresentam cicatriz e tenham a comprovação vacinal não precisam de outra dose de BCG. No entanto, a partir de 01 ano de idade, o contato que comprove ser vacinado com a BCG, deve receber uma outra dose, com intervalo mínimo 6 meses da dose anterior. 2 3

Não realizar imunoprofilaxia com BCG nos casos de contactantes de hanseníase que anteriormente já foram tratados para a doença, ou nos contatos que estejam em tratamento ou já tenham sido tratados para tuberculose. Atenção especial deve ser dada a pessoas expostas ao HIV, no caso de criança não vacinada a mesma poderá receber a vacina se tiver assintomática e sem presença de sinais e sintomas de imunodepressão. A partir dos 5 (cinco) anos de idade, caso o paciente seja portador de HIV o mesmo não deve receber a vacina mesmo na ausência de sinais e sintomas de imunodepressão. 3 4

A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae), tendo como principal fonte de transmissão o contato direto pessoa a pessoa, sendo facilitada pelo convívio de doentes não tratados com indivíduos predispostos. Dessa forma, o monitoramento dos contatos é essencial no controle da doença.1

É considerado contato de hanseníase, todo indivíduo que conviva ou tenha convivido na mesma residência do doente da hanseníase, nos últimos 5 anos. Assim, todos os contatos domiciliares de um doente de hanseníase devem ser investigados quanto ao aparecimento de sinais e sintomas da doença. Essa avaliação é realizada por meio do exame dermatoneurológico de todos os contatos que devem ser informados quanto ao período de incubação, transmissão, sinais e sintomas da doença.1

Referências

(1) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022. 152 p. : il. Acesso em 07 de julho de 2023.

(2) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 176 p. : il. Acesso em 07 de julho de 2023.

(3) Brasil. Ministério da Saúde. Instrução Normativa Referente ao Calendário Nacional de Vacinação 2022. [publicação online]; 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao/calendario-vacinal-2022/instrucao-normativa-calendario-nacional-de-vacinacao-2022/view. Acesso em 07 de julho de 2023.

(4) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde [recurso eletrônico] – 5. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021. Acesso em 13 jul 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude_5ed_21nov21_isbn5.pdf/view. Acesso em 07 de julho de 2023.

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