Como é o diagnóstico e manejo de pacientes com câncer de próstata na Atenção Primária à Saúde?

Na fase inicial, o câncer de próstata (CaP) será assintomático, mas à medida que a próstata vai aumentando de tamanho, as dificuldades irão surgindo, como a dificuldade no ato de urinar, a disúria, e a noctúria. (1)

A detecção precoce do CaP ainda é motivo de muito estudo, uma vez que estudos demonstram desequilíbrio entre os possíveis riscos e benefícios na realização de exames para o rastreamento desse câncer. (2) Os exames PSA e o toque retal são muito utilizados na prática clínica, para a detecção do câncer de próstata.

Esses exames diagnósticos não são cem por cento efetivos para diagnóstico do CaP, uma vez que podem levar a um falso positivo, onde será necessário a investigação com exame mais apurado, a biópsia, que pode levar a algumas consequências para o indivíduo, como infecções, sangramentos, danos psicológicos, uma vez que a possibilidade de se ter um câncer leva o indivíduo a ficar preocupado. A partir disso, conclui-se que, avaliando riscos e benefícios, não é recomendado o rastreamento do câncer de próstata e, caso o homem deseje realizar esses exames, essa prática deve ser uma decisão compartilhada entre ele e o profissional de saúde, após este conhecer todas as consequências do rastreamento para sua saúde (3)(4)

As diretrizes nacionais para o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata definem que, para os casos confirmados, as opções terapêuticas disponíveis atualmente variam conforme a agressividade do tumor e as características do paciente. Entre essas, destaca-se a vigilância ativa, recomendada em casos de tumores de bom prognóstico ou em pacientes com comorbidades (5)

REFERÊNCIA

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância – Conprev. Câncer da próstata: consenso – Rio de Janeiro: INCA, 2002.

2. FENTON, J. J. et al. Prostate-specific antigen–based screening for prostate cancer: evidence report and systematic review for the US Preventive Services Task Force. JAMA, [Chicago], v. 319, n. 18, p. 1914-1931, 8 May 2018. DOI 10.1001/jama.2018.3712.

3. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA; BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Nota técnica conjunta n° 001/2015. Assuntos: Posicionamento do Ministério da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul. Brasília, DF: Ministério da Saúde; Rio de Janeiro, INCA, jul. 2015. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/nota_tecnica_saude_do_homem_ms.pdf.

4. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Publicações. Infográficos. Apoio à decisão no rastreamento do câncer de próstata. Rio de Janeiro: INCA, 2019. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/infograficos/ferramenta-de-apoiodecisao-no-rastreamento-do-cancer-de-prostata.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 498, de 11 de Maio de 2016. Aprova as Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas do Adenocarcinoma de Próstata. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília DF, ano 153, n. 90, p. 140, 12 maio 2016.

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