A obesidade hoje é um problema de saúde pública, já que mais de 55% da população brasileira nas capitais encontra-se com excesso de peso corporal. ¹ Além das demais complicações ligadas ao excesso de peso, como problemas cardiovasculares, pulmonares e osteoarticulares, o aumento nos casos de cânceres tem sido uma preocupação mundial. O excesso de peso corporal está intimamente associado ao risco de desenvolver 13 tipos de câncer, sendo eles: esôfago , estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino , rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo e possivelmente associado aos de próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.²
Os motivos que justificam tamanha incidência de tumores com associação positiva entre o excesso de peso corporal e o risco de desenvolvimento desses tipos de câncer em geral envolvem: hiperinsulinemia, resistência à insulina, regulação positiva de fatores de crescimento semelhantes à insulina, inflamação crônica modificação do metabolismo de hormônios sexuais, alterações na produção de adipocinas e fatores de crescimento vascular pelo tecido adiposo, estresse oxidativo e alterações na função imune.²,3
Diante deste cenário, podemos ver o quão importante é o papel da atenção primária à saúde no combate ao sobrepeso e obesidade, como medida preventiva ao desenvolvimento de diversos tipos de cânceres. Os profissionais de saúde da atenção primária devem sempre incentivar a mudança de estilo de vida da população, como a cessação do tabagismo e a manutenção de um peso saudável através da prática regular de exercício físico e do consumo de alimentos IN natura / minimamente processados, buscando sempre a redução do consumo de açúcar, álcool, bebidas açucaradas e alimentos ricos em calorias vazias, como os ultraprocessados, ricos em gordura, sal e açúcar.4, 5
1- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2020 : vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2020 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021.
2- e Câncer da (Conprev) UT de AN. Posicionamento do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva acerca do Sobrepeso e Obesidade. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 2º de abril de 2019 [citado 11º de abril de 2023];63(1):7-12. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/186
3- Leigh Perreault, MDBlandine Laferrère, MD. Sobrepeso e obesidade: consequências para a saúde. Uptodate Apr, 04, 2023.[citado em 11 abril. 2023]. Disponível em:https://www.uptodate.com/contents/overweight-and-obesity-in-adults-health-consequences?csi=c9195886-6fc6-44dd-955d-086ec2efbe0f&source=contentShare
4-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
5- Graham A Colditz, MD, DrPH. Visão geral da prevenção do câncer. . Uptodate sept., 06, 2022.[citado em 12 abril. 2023]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/overview-of-cancer-prevention?csi=1757ac1f-b631-42c9-b4c3-88fb36bd4676&source=contentShare