Nas condições inerentes ao estado gestacional, a elevação dos níveis de colesterol pode aumentar em até 60%; tendo como o motivo principal as alterações hormonais de estrógeno, progesterona e do hormônio placentário. A dislipidemia e os parâmetros de transferências lipídicas da mãe para o feto ainda NÃO estão totalmente claros. Entretanto, estudos mostraram que a dislipidemia gestacional é influenciada pelos hormônios placentários, os quais afetam tanto o metabolismo da glicose como o dos lipídios, para garantir que o feto tenha um aporte de nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento. A hiperlipidemia na gestação ocorre devido a alterações fisiológicas no sistema hormonal, afetando o metabolismo lipídico, com aumento das concentrações de triglicerídeos, colesterol e lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), além da diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Alterando progressivamente no metabolismo lipídico à medida que a gestação avança. A maioria das gestantes apresenta aumento de triglicerídeos no terceiro trimestre, das lipoproteínas de alta densidade na segunda metade da gestação e das lipoproteínas de densidade intermediária e baixa em todos os trimestres, sendo que, no final da gestação, o colesterol total pode aumentar de 25 à 50% e os triglicerídeos de 200 à 400%. Este aumento usualmente, ocorre na presença de anormalidade genética, como, por exemplo, na hiperlipidemia familiar combinada e na hipertrigliceridemia familiar. ¹ ² ³
Referências
- Feitosa et al. Critérios Diagnósticos em Dislipidemia Gestacional. Arq Bras Cardiol. 2017; 109(1):30-38. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/qfjY5PtHQh9JfnxZybdP8bB/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 19/07/2022.
- Nascimento et al. Excesso de peso e dislipidemia e suas intercorrências no período gestacional: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 16 (2), Apr-Jun 2016. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/1806-93042016000200002 > Acesso em: 19/07/2022.
- Lopes et al. Hipertrigliceridemia grave na gestação. Brasília Med. VOLUME 56; ANO 2019: 18-22. DOI – 10.5935/2236-5117.2019v56a06. Acesso em: 19/07/2022.