O que significa citólise no exame citopatológico do colo uterino?

O termo citólise, significa morte celular. No citopatológico a citólise é a destruição do citoplasma de células da camada intermediária do tecido que reveste o colo uterino, pelo efeito do baixo pH. No exame citopatológico a citólise normalmente é considerada alteração fisiológica. Porém em alguns casos, este processo pode estar presente de forma intensa, nestes momentos deve-se atentar para causas patológicas.

De forma geral, a citólise não indica repetição precoce do citopatológico.

A flora vaginal normal é constituída, principalmente, por bacilos de Döderleins. Lactobacilos são os principais protetores da cavidade vaginal contra as infecções. Estas células da camada intermediária que revestem o colo uterino são ricas em glicogênio e, desse modo, propiciam a proliferação de lactobacilos vaginais. A exacerbação da flora de bacilos pode levar a corrimento vaginal.

A citólise costuma estar presente de forma fisiológica na segunda fase do ciclo menstrual, especialmente na etapa de descamação do epitélio. A citólise pode estar presente em gestantes e pacientes em uso de anticoncepcionais hormonais.

Nos casos em que os lactobacillus apresentam um crescimento excessivo, podemos desenvolver vaginose citolítica, marcada por prurido vaginal, ardência, dispareunia, corrimento vaginal branco/acizentado abundante. Apresenta como diagnóstico diferencial a candidíase.

Referências:

  1. Linhares IM, Amaral RL, Robial R, Eleutério Junior J. Vaginites e vaginoses. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 2018. (Protocolo Febrasgo – Ginecologia, nº 24/Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas).
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura brasileira para laudos cervicais e condutas preconizadas: recomendações para profissionais de saúde [Internet].  Rio de Janeiro: INCA, 2006 [citado 2013 Dez 15]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Nomenclaturas_2_1705.pdf Acesso em: 8 ago 2013.

Conteudista: Tárcio Freire de Faria JúniorEspecialista em clínica médica; residente de Medicina de Família e Comunidade pela FESF/SUS (FIOCRUZ). CRM BA: 32251

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