Manifestações orais e a COVID-19.

Em março de 2020, uma pandemia teve início no mundo provocada pelo vírus SARS-Cov-2, o qual teve origem em Wuhan na China e é capaz de ocasionar Infecção Respiratória Aguda Grave (SARS), apresentando sintomas como: dispneia, diarreia, pneumonia, cefaleia, tosse, febre. É crescente o número de infectados e, dessa maneira, novos sinas e sintomas são descobertos, variando de um indivíduo para outro¹, entre eles, estão às lesões e manifestações orais.

Devido a esta pandemia do novo coronavírus, nós, Cirurgiões-Dentistas, fomos orientados a atender apenas as urgências e emergências odontológicas. Neste cenário, ocorreu o surgimento das manifestações orais relacionadas à COVID-19. Assim sendo, é muito importante aprimorar o nosso conhecimento sobre esta questão e nos atentar ao examinar os nossos pacientes, observando minuciosamente o que ocorre na cavidade oral dos mesmos

Um estudo relata um caso confirmado e dois suspeitos de manifestações orais da doença, com bolhas na parte interna da mucosa labial, gengivite descamativa e também erupções cutâneas em todo o corpo. Já os casos suspeitos apresentaram úlceras palatinas dolorosas semelhante à lesão herpética².

Em outro estudo foram encontradas, na cavidade oral, lesões compatíveis com eritema multiforme, úlceras amareladas com halo eritematoso em palato duro, que podem estar associadas ao aumento das citocinas resultando em danos teciduais, não apresentando confirmação correlacionada ao SARS-CoV-2. É se falado que essas lesões orais podem ser ocasionadas devido à imunossupressão ou ao tratamento medicamentoso para COVID-19¹.

A disgeusia/ ageusia caracterizada respectivamente como alteração ou perda do paladar pode está relacionada com a anosmia que é a perda do olfato, sendo esses sintomas característicos da COVID 19 e que não há tratamento específico, reversível, desaparecendo com duas semanas após recuperação. No dorso da língua há a presença das papilas gustativas e receptores da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA 2), em que SARS-CoV-2 se liga para adentrar na célula hospedeira, dessa forma os receptores gustativos podem se infectados, tendo como consequência a perda do paladar¹.

O cenário recente da pandemia da COVID-19 exige um olhar atento para as pessoas, de forma integral e compartilhada dentro de toda rede de atenção à saúde. Além disso, mais estudos são necessários para melhores evidências científicas acerca das manifestações orais do novo coronavírus.

Referências

1- Medrado ARAP, Dantas JBL, Reis JVNS, Marino AC, Lima SN. Manifestações orais da COVID-19. Conteúdo homologado Bahiana. 2020. Disponível em:< https://www.isaude.com.br/noticias/detalhe/noticia/manifestacoes-orais-da-covid-19/ >

2- Jonh Wiley & Sons. Viral enanthema in oral mucosa: A possible diagnostic challenge in the COVID-19 pandemic. Oral diseases. 2020.

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