Existe diferença no risco de hipoglicemia e nas metas de tratamentos dos diabéticos idosos?

Nas últimas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, é detalhado o manejo do diabetes em idosos, levando em consideração a heterogeneidade dessa população. Os idosos com diabetes enfrentam desafios específicos devido ao maior número de comorbidades, graus variados de sarcopenia e fragilidade, alterações cognitivas frequentes, polifarmácia, maior potencial para interações medicamentosas e resposta hiperglicêmica contrarregulatória menos efetiva, que aumentam o risco de hipoglicemia.

 

Nas últimas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, é detalhado o manejo do diabetes em idosos, levando em consideração a heterogeneidade dessa população. Os idosos com diabetes enfrentam desafios específicos devido ao maior número de comorbidades, graus variados de sarcopenia e fragilidade, alterações cognitivas frequentes, polifarmácia, maior potencial para interações medicamentosas e resposta hiperglicêmica contrarregulatória menos efetiva, que aumentam o risco de hipoglicemia.

Pacientes idosos com diabetes também têm maior incidência de alterações cognitivas e quadros demenciais de diferentes etiologias, tais como demência vascular por múltiplos infartos e demência de Alzheimer, comparado a pessoas com tolerância à glicose normal, especialmente na presença de sobrepeso e obesidade.O comprometimento cognitivo poderá se manifestar de maneira variável, desde uma forma “leve”, com discreta perda de memória, até um quadro demencial plenamente estabelecido. A exposição crônica à hiperglicemia (dPacientes idosos com diabetes têm uma maior incidência de alterações cognitivas e quadros demenciais de diferentes etiologias, como demência vascular por múltiplos infartos e demência de Alzheimer, em comparação com pessoas com tolerância normal à glicose, especialmente na presença de sobrepeso e obesidade. O comprometimento cognitivo pode variar desde uma forma leve, com discreta perda de memória, até um quadro demencial plenamente estabelecido. A exposição crônica à hiperglicemia (devido ao controle glicêmico inadequado) e o aumento da resistência à insulina estão diretamente associados a um maior risco de desenvolver essas condições. A ocorrência de hipoglicemia, especialmente quando os episódios são graves e frequentes, também é um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento dos quadros demenciais. Pacientes idosos com diabetes tipo 2 também apresentam maior risco de depressão em comparação com não diabéticos, portanto é recomendado que sejam rastreados sintomas sugestivos de depressão durante a primeira consulta e acompanhamento desses pacientes.ecorrente de mau controle glicêmico) e o aumento na resistência à insulina estão diretamente associados ao aumento desse risco. A ocorrência de hipoglicemia, especialmente quando os episódios são graves e frequentes, também é fator de risco para o desenvolvimento e para o agravamento dos quadros demenciais. Os pacientes idosos com DM2 também apresentam maior risco de depressão comparado aos não diabéticos. Por esse motivo é recomendado que sempre seja realizada uma busca ativa por sintomas sugestivos de depressão na primeira consulta e no seguimento desses pacientes.

Idosos frágeis com diabetes também apresentam diminuição na resposta contrarregulatória e redução no limiar de percepção para hipoglicemia, o que aumenta o risco de hipoglicemias graves. As hipoglicemias aumentam o risco de alterações cognitivas, incluindo quadros demenciais, e também elevam o risco de eventos cardiovasculares, como arritmias e isquemia miocárdica. O medo de ter um episódio de hipoglicemia é uma das principais barreiras para intensificar o tratamento e iniciar a terapia com insulina, além de ser um dos principais motivos para a interrupção do tratamento.

Os principais fatores de risco para a ocorrência de hipoglicemias em idosos incluem a duração da doença, o uso de insulina e de sulfonilureias, o uso concomitante de múltiplosmedicamentos (polifarmácia), alimentação irregular, falências orgânicas (renal, hepática e cardíaca), declínio cognitivo, depressão e história prévia de hipoglicemia.

Pacientes com hipoglicemia também apresentam maior risco de quedas devido à sarcopenia, neuropatia sensitivo-motora periférica, diminuição da capacidade visual e manifestações neuroglicopênicas da hipoglicemia, bem como maior risco de incontinência urinária, desidratação, hipovolemia, isolamento social e infecções urinárias. Isso resulta em uma piora significativa na qualidade de vida.

Decisão do tratamento

Para os pacientes idosos com funcionalidade preservada e boa saúde geral, recomenda-se manter o tratamento proposto para os pacientes com DM2 não idosos. As peculiaridades específicas de metas de tratamento da hiperglicemia em pacientes idosos estão descritas aa baixo:

Fonte: Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: , ISBN: 978-65-5941-622-6.

Referências Bibliográficas

  1. Wong E, Backholer K, Gearon E, Harding J, Freak-Poli R, Stevenson C, Peeters A. Diabetes and risk of physical disability in adults: a systematic review and meta-analysis. Lancet Diabetes Endocrinol. 2013 Oct;1(2):106-14. doi: 10.1016/S2213-8587(13)70046-9.
  2. Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, 19). Disponível em: . Acesso em: 2022.
  3. Fabio Moura, João Eduardo Nunes Salles, Fernando Valente, Bianca de Almeida-Pititto, Reine Marie Chaves Fonseca, Saulo Cavalcanti. Abordagem do paciente idoso com diabetes mellitus. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: , ISBN: 978-65-5941-622-6.

Texto Compilado: Drª Debora Angeli/ Endocrinologista CEDEBA/CODAR CREMEB 9582 RQE9857

COMPARTILHE