Durante as consultas de puericultura, destaca-se a importância da vigilância do desenvolvimento infantil. Os profissionais da Atenção Primária à Saúde tem como identificar os sinais iniciais de atraso, observando a necessidade de uma avaliação e indicando imediatamente a estimulação precoce focada na socialização, linguagem e afeto. Sendo assim, tratando da organização da atenção às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a APS é uma das portas principais de entrada no Sistema Único de Saúde, sendo o lugar de ordenadora das diferentes Redes de Atenção.
A escala M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers) é um instrumento de avaliação para rastreamento de crianças em risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Seguem abaixo algumas informações importantes sobre o uso dessa escala:
- Não serve como um diagnóstico para o autismo, apenas como um passo no processo de definir o diagnóstico da criança.
- A escala M-CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers) é um instrumento de avaliação para rastreamento de crianças em risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
- A Academia Americana de Pediatria, em consonância com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomenda que toda criança entre 18 e 24 meses seja triada para TEA, sendo a M-CHAT um dos dispositivos indicados.
- O M-CHAT pode ser aplicado e avaliado durante uma consulta de rotina, na puericultura.
- O questionário possui 23 questões claras, com respostas de “sim” ou “não”, que deve ser respondido pelos pais e/ou cuidadores.
- Para todos os itens, exceto 2, 5, e 12, a resposta “não” indica risco de PEA; para os itens 2, 5, e 12, “sim” indica risco elevado de PEA.
- A depender do resultado final, a criança é avaliada como sendo: 1) Baixo Risco: 0 a 2 pontos / 2) Risco Moderado: 3-7 pontos; 3) Alto Risco: 8-20 pontos.
- O dispositivo apresenta alta sensibilidade e especificidade.
Por se tratar de um instrumento de rastreamento e não de diagnóstico, nem todas as crianças que pontuam no M-CHAT serão diagnosticadas com TEA.
- Crianças com risco para autismo deverão ser encaminhadas para avaliação com especialista.
Quanto mais breve o diagnóstico e estimulação adequada da criança, mais chances da mesma ter a trajetória do seu desenvolvimento otimizada.
- A M-CHAT não deve ser utilizada, de nenhuma forma, para autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação.
- Para ter acesso a escala clique em: mchatscreen.com/wp-content/uploads/ 2015/05/M-CHAT_Portuguese_Brazil.pdf
Atendeu algum caso na sua unidade? Está com dúvida de como conduzir? Solicite uma teleconsultoria ao Telessaúde Bahia pela Plataforma: http://plataformatelessaude.saude.ba.gov.br/
Através do TeleCepred em parceria com o Telessaúde Bahia, crianças de até 2 anos e meio podem ser encaminhadas para intervenção precoce no serviço.
Indicamos para leitura o Guia de Saúde Mental na Infância do Rio de Janeiro. Segue o link: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/841707/guia_de_referencia_em_saude_mental_na_infancia_1_edicao_2018.pdf
Referências
1- Constantino JN, Charman T. Diagnosis of autism spectrum disorder: reconciling the syndrome, its diverse origins, and variation in expression. Lancet Neurol. 2016;15(3):279-91.
2- American Psychiatric Association (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM5). Transtorno do Espectro Autista. Artmed, 2014,992p.
3- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Triagem precoce para autismo / Transtorno do espectro autista. nº1, Abril de 2017. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2017/04/19464b-DocCient-Autismo.pdf. Acesso em: 26 de Setembro de 2023.
4- Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância em saúde – TEA [Internet]. linhasdecuidado.saude.gov.br. Available from: https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/transtorno-do-espectro-autista/unidade-de-atencao-primaria/vigilancia-em-saude/#pills-aspectos-gerais-autismo. Acesso em: 26 de Setembro de 2023.