Como diagnosticar a diabetes gestacional?

O rastreamento e diagnóstico precoce de diabetes gestacional (DMG)  previne eventos adversos maternos e fetais, permitindo identificar as gestantes que se beneficiariam do controle da hiperglicemia, melhorando o prognóstico destas gestações e prevenindo complicações futuras¹. Para se confirmar DMG, atualmente utilizam-se os seguinte critérios: glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL e ≤ 125 mg/dL antes de 20 semanas de idade gestacional; ou alteração em pelo menos um dos valores do teste oral de tolerância à glicose com 75g, realizado entre 24 e 28 semanas de idade gestacional (Jejum ≥ 92 mg/dL; 1h ≥ 180 mg/dL; ou 2h ≥ 153 mg/dL e < 199 mg/dL)¹. Destaca-se, entretanto, a necessidade de se diferenciar o DMG do “Overt Diabetes” – condição em que a mulher sem diagnóstico prévio de diabetes (DM) tem a hiperglicemia detectada na gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem os critérios para o DM em não gestantes¹.

Observe o fluxograma a seguir:

Uma vez diagnosticado DMG, é necessário realizar a monitorização da glicemia até o período pós-parto, visando a adequada avaliação da eficácia e da adesão à terapêutica; assim como a obtenção de controle glicêmico adequado. O tratamento do DMG associado ao adequado monitoramento da glicemia capilar tem sido associado à redução de diversos desfechos perinatais desfavoráveis (mortalidade fetal, distocia de ombro, lesão de nervos cranianos, excesso de massa gordurosa ao nascimento, recém-nascidos grandes para idade gestacional, macrossomia, cesarianas e pré-eclâmpsia), tanto em mulheres em insulinoterapia quanto naquelas que permaneceram em tratamento apenas com medidas não-farmacológicas².

Após o parto, é necessário a reclassificação de todas as mulheres com DMG quanto ao status glicêmico, idealmente, após seis semanas, devido à tendência à normalização dos níveis glicêmicos. O padrão-ouro é o TOTG com 75g de glicose, utilizando-se os critérios padronizados para a população de não gestante¹.

Referências

  1. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes. RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL NO BRASIL. FEMINA 2019;47(11): 786-96. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FEMINAZ11ZV3.pdf
  2. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes Tratamento do diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2019. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_pdfs/Livro-Diabetes_tratamento—com-ISBN.pd
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