Como abordar a disfunção erétil na Atenção Primária à Saúde?

A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade persistente ou recorrente de obter, ou manter, uma ereção suficiente para a relação sexual [1][3]. A DE é um problema muito comum na Atenção Primária à Saúde (APS), pois, procuram o serviço, muitos pacientes idosos, que fazem uso de alguns tipos de medicamentos, que tenham doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. [1][2].

Na APS a abordagem deve contemplar o diagnóstico adequado, a identificação de fatores de risco envolvidos (que podem ser de origem vascular, neurológico, hormonal, psicológico ou por uso de drogas lícitas ou ilícitas); e, o tratamento inicial tanto das comorbidades envolvidas quanto da queixa específica [1][4]

Na anamnese deve-se fazer uma avaliação completa incluindo história sexual e psicológica. Deve-se questionar a presença de comorbidades prévias, medicações de uso contínuo e eventual, assim como a presença de fatores de risco cardiovasculares e uso de álcool, tabaco e substâncias psicoativas [2]. Dentre os fatores psicológicos a serem abordados incluem-se: problemas de relacionamento, ansiedade, depressão, estresse, traumas em relacionamentos anteriores. [5] 

Durante o exame físico, deve-se aferir a pressão arterial, avaliar a circunferência abdominal e o índice de massa corpórea, além de realizar exame genital e avaliar as características sexuais secundárias [2][3]. Os exames complementares devem ser solicitados para complementar a avaliação clínica e os achados do exame físico. Deve-se solicitar exames de sangue para avaliar o nível de hormônios sexuais do paciente de acordo com o sexo (testosterona, LH, FSH entre outros ) [1].

O tratamento da DE compreende as mudanças de estilo de vida, tratamento das causas base, se houver, e agregação ou não do uso de terapia farmacológica, com inibidores da fosfodiesterase-5 [1][2][3][5][7]. Pacientes com problemas psicológicos devem ser avaliados e manejados para condições de saúde mental, incluindo psicoterapia, quando disponível [1][3][5][6].

REFERÊNCIAS

  1. GUSSO, G. ET AL. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. 2ed. 2019. 
  2. KHERA M. Evaluation of male sexual dysfunction. [Internet]. Waltham (MA): UpToDate; 29 jul. 2022 [citado em 26 out. 2022]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/treatment-of-male-sexual-dysfunction.
  3. GOMES, C. R. G. ET AL. Intervenções de enfermagem para incontinência urinária e disfunção sexual após prostatectomia radical. Acta Paulista de Enfermagem [online]. 2019, v. 32, n. 1 [Acessado 9 Janeiro 2023], pp. 106-112. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-0194201900015>. ISSN 1982-0194. https://doi.org/10.1590/1982-0194201900015.
  4. HATZIMOURATIDIS, K.; GIULIANO, F.; MONCADA, I.; MUNEER, A.; SALONIA, A.; VERZE, P. Guidelines on erectile Dysfunction, Premature Ejaculation, Penile Curvature and Priapism. European Association of Urology; 2019. Disponível em: https://d56bochluxqnz.cloudfront.net/media/EAU-Guidelines-on-Male-Sexual-Dysfunction-2019.pdf.
  5. ROSEN, R.C.; KHERA, M. Epidemiology and etiologies of male sexual dysfunction [Internet]. Waltham (MA): UpToDate; 25 ago. 2022. Disponível em:  https://www.uptodate.com/contents/epidemiology-and-etiologies-of-male-sexual-dysfunction.
  6. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. TelessaúdeRS (TelessaúdeRS-UFRGS), Secretaria da Saúde (Rio Grande do Sul). Protocolo de encaminhamento para urologia adulto: versão digital 2015. Porto Alegre: TelessaúdeRS-UFRGS, 9 Jul 2015 [atualizado em 9 fev. 2018]. Disponível em: https://www.ufrgs.br/telessauders/documentos/protocolos_resumos/ptrs_urologia.pdf.
  7. KHERA M. Treatment of male sexual dysfunction. [Internet]. Waltham (MA): UpToDate; 29 jul. 2022 [citado em 26 out. 2022]. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/treatment-of-male-sexual-dysfunction.
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